Limão na limoeira

As aventuras e desventuras de uma banana

Capitulo Doze janeiro 31, 2011

Filed under: Capitulo Doze,Uncategorized — raphmd @ 1:44 am

Sábado chegara.Sempre dormia cedo.
Quando minha mãe se deitou, me arrumei e abri a janela. Hesitei um pouco. Pulei até a caixa d’água e depois até o chão. A caixa d’água ficava em baixo de minha janela. Fui até a portaria e Lucas estava me esperando por lá.Entrei no carro.
– Gata, quer uma Ecstasy? – disse ele ao volante me dando um comprimido.
– Ecstasy? – perguntei pegando.
– é. É bom. Pode tomar…
– Talvez depois.
-Como quiser.
Hesitei. Era aquela famosa droga que deixavam as pessoas pilhadas…
– Um cigarro? – disse ele ao parar o carro.
– Pode ser. – Como assim pode ser,Sophia? Você não fuma…Mas se Fabio fumava, não poderia ser tão ruim.
Ele me dera um maço de Marlboro e um isqueiro.
– é todo seu. – piscou Lucas.
Descemos do carro e acendi o cigarro assim como via Fabio acendendo.Deixei a fumaça circular pela boca e a soltei.
– Nem manja… – disse ele com compaixão. – Tem que botar o negocio pra dentro do pulmão.
Foi o que fiz. A principio não gostei, mas fui tentando até gostar.
Entrei na festa. Uma garota olhava fixamente para mim enquanto dançava suavemente. Ela era linda, cabelos longos e loiros, olhos castanhos, rosto delicado. Ela se aproximara e começara a dançar comigo.
Me tachavam como lesbica no colégio. Meu pai vivia acusando-me de homossexualismo.Pagava pelo que não era. Ficar com uma garota não iria me matar…
Ela chegava mais perto.
– Como é seu nome? – ela perguntou
– Sophia, e o seu? – respondi
– Samara. Você é lesbica?
– Bi.
Ela me beijou. Nos beijamos loucamente. Ela me empurrara até a parede mais próxima. Escorregava a mão pelo meu corpo e eu fazia o mesmo.
– Te adorei Sophia, depois me procura no Orkut do Lucas. – disse ela se afastando.
Coloquei a mão em meu bolso. Vi aquela “bala” branca e redonda. Coloquei a bala na boca
Após isso, não me lembro de muita coisa.Só de ter bebido muito e acordado em minha cama ás 14h do dia seguinte.
Acordara com muita dor de cabeça e sede. Não havia ninguém em casa. Cuidei logo de dar um jeito de esconder aquele cheiro de cigarro e álcool de meu quarto. Tomei um banho longo e uma aspirina.
Minha mãe chegara e não suspeitara de nada.
Disse a ela que desceria e fui tentar fumar. Até agora era uma tarefa difícil á mim, mas eu ia tentar. Se Fabio conseguia, por que eu não conseguiria?

 

Capitulo Onze janeiro 17, 2011

Filed under: Capitulo Onze,Limões e Bananas — raphmd @ 12:54 am

Era inacreditável tudo que estava acontecendo. Eu não sabia o que fazer. Deveria eu dar um fora em Eric para me jogar nos braços de Fábio ou continuar com Eric? As conversas no MSN eram realmente apaixonantes. Havia também o beijo de Fábio… Mas não. Que sentimentos eu nutria por eles ?Era algo tão indecifrável pairando na minha mente. Talvez eu não sentisse nada por nenhum dos dois… Talvez. Acho que sim. O que fazer?
Sábado chegara. Não tinha idéia de como encarar Eric. O que fazer com Eric?
Cheguei no Shopping. Ele estava lá.
– Oi Sophia. – sorriu.
-Oi Eric. – sorri e dei a mão á ele.
– Meu amigo está guardando lugar para nós na sala. Vamos?
– Claro. – ele segurou minha mão. Estávamos suando frio.
Sentamos na poltrona do cinema.O filme começara. Ele segurara minha mão. Eu estava imóvel.Ele me olhava.Retribui o olhar.Ele me beijou. Virei o rosto após isso. E mais nenhum beijo fora dado.
Saímos do cinema. Ele não comentara nada. Sentamo-nos numa das mesinhas da praça de alimentação.
Fora silencio, apenas silencio.Minha mãe ligara.
– Filha, posso ir te buscar? – perguntou pelo telefone
– Claro mãe, o filme já acabou mesmo. – respondi olhando para ele.
Meu primeiro encontro não fora aquilo que alguém possa chamar de encontro dos sonhos. Nem bom ele tinha sido. Mas fora o primeiro. E as pessoas só tem um primeiro encontro.Assim fora o meu
Voltei para casa. Queria contar tal experiência para minha mãe. Ela vivia fazendo discursos á mim dizendo-me que era muito cedo para coisas do tipo.Mas mesmo assim escrevi para ela uma carta contando minha experiência com Eric. Pensei que ela reagiria bem. Colocara a carta na caixa onde ela guardava esmaltes.Ela lera.
– COMO ASSIM SAINDO COM UM MENINO?VOCÊ VAI CASAR COM ELE,MENINA?NÃO TÁ MUITO NOVA PRA ISSO NÃO? – Ela gritara.Muito.
– Ah mãe, todo mundo da minha idade já beijou. Até a Ana. – argumentei.
– MAS VOCÊ NÃO É COMO TODO MUNDO. VOCÊ É MINHA FILHA. E QUANTOS ANOS TEM ESSE MENINO?
– 15…
– QUINZE? TÁ DE BRINCADEIRA? VOCÊ TEM 13. É MUITO NOVA. LIGA PRA ELE E TERMINA AGORA, SE NÃO CONTO PRO SEU PAI E VOCÊ SABE COMO ELE É, NÃO SABE?
– ah mãe, não faça isso. Por favor.
-FAÇO SIM. – ela respirou – liga pra ele agora e termina.
– Agora mesmo?
-Agora
– Na sua frente?
– Na minha frente. E no viva-voz.
Engoli em seco, estremeci enquanto digitava os números no meu celular.
– Alô? – ele atendeu.
– Eric? – perguntei
– Sim, pode falar Sô, reconheci sua voz.
– Tá tudo acabado entre a gente…
– Mas…mas….Por que? – senti o tom de voz dele triste.
– Ah, problemas familiares… Eu…eu sinto muito… Mesmo…
– Claro que sente. Mas tudo bem.
Eu desliguei o telefone.Ele tornou a tocar.
– Mas saiba Sophia, eu nunca vou te esquecer – disse ele ao eu atender o telefone.
Não sabia se ficava feliz ou triste. Minha mãe fizera todo o trabalho difícil por mim. Mas eu não sabia o que fazer diante do fim do meu primeiro namoro de 4 dias.Eu fiquei tão sem reação que apenas chorei. Chorei.Lagrimas de tristeza? De felicidade? De incerteza?
No dia seguinte, contei á Fabio. Ele era meu amigo ainda. Pelo menos era o que eu pensava.
– Não vejo importância nisso. Vocês nem namoravam mesmo. – disse ele
-Claro que namorávamos, ele me pediu em namoro. – expliquei
– Mas vocês nem tinham ficado antes…
– Mas ficamos sábado.
– Só uma vez. Você não estava namorando…
– Estávamos sim. – choraminguei.
– Para, assim você parece um bebê chorão. – Ele olhou para mim. – Você ainda tem que aprender muito,garota. Acha que um namoro é só pedir e pronto, vocês estão “ namorandinho” ? Não. Tem coisas muito alem disso num namoro.
– Tipo…?
– Amor. E Isso é algo que demora pra ser construído. Geralmente em alguns meses de ficada a paixão tende a parecer amor. Mas não é. Beijou muito lá? – disse ele ríspido
– Não. Eu amarelei.
– Triste. – Fábio não era de demonstrar muitas emoções, mas eu não pude deixar de notar que ele deixara escapar um sorriso.Ele acendeu um cigarro. – Olha, sua vidinha amorosa mal resolvida não me importa. O mundo ainda é muito colorido para você. Mal sabe você que esse teu “ sofrimento” é o de menos. Adeus. Hoje te deixo um pouco antes da sua casa. Vou encontrar uns amigos aqui. Tchau Sophia. Amanha não vou para escola.Não me espere.
– Tá… – disse estranhando aquela reação dele.
Fui em direção para casa. Após isso meus dias foram rotina. Pura rotina. A amizade com Fábio estava reatada. Aquilo tinha sido apenas uma fase. Mas quase sempre ele jogava algumas indiretas.
Finalmente as férias de julho chegaram. O telefone tocara.
– Sophia, vamos à uma festa? – disse Ana ao telefone.
– Claro… Onde? – perguntei.
– Na casa de um amigo , hoje a noite.
– Beleza. Me pegue ás 6 horas.
Me arrumei e fui a festa.Eu não conhecia muita gente.Até que…
– Oi Kleber – disse animadamente.Pra quem não lembra, Kleber era aquele meu amigo homossexual.
– Oi Diva – disse Kleber me abraçando.
– O que você ta fazendo aqui?
– Conheço o dono da festa – ele gesticulava muito. – Menina, to pegando um menino muiiitooo gato. Vou te apresentar pra ele.
Ele me pegou pelo braço e me levou até um garoto.
– Sophia, esse é o Lucas. -disse ele piscando para ele.
– Oi Lucas. – disse cumprimentando-o
Lucas era moreno e tinha grandes olhos castanhos.
– Gata, vamos numa festa sábado? Eu sou promoter.Lá na Sex. – disse Lucas
– Sex? O que é isso? – Perguntei.
– Uma boate gay. Você vai adorar… Você é bi,Ne?
– Não…
– Nossa, você parece.
– Mas não sou… – talvez eu fosse. Descobri mais tarde que minha primeira paixão fora uma menina.
– Ah, mas vai muito hetero também. Faz assim gata, me liga amanha me dizendo se vai ou não.
– Mas eu só tenho 13.
– A censura lá é 15. Mas relaxa, eu dou um jeito de você entrar.
Curti a festa e voltei para casa. Sempre fora comportada e reprimida. Eu ia me arriscar.Morar no primeiro andar tinha lá suas vantagens…
Peguei o telefone e liguei para Lucas.
– Diva, eu vou. Me pega meia noite e meia aqui. Tudo bem?
– Otimo. Até sábado.

 

 

Capitulo 10 janeiro 9, 2011

Filed under: Capitulo Dez,Limões e Bananas — raphmd @ 11:14 pm

O que estava acontecendo? Nunca fui um padrão de beleza, os garotos me desprezavam,as pessoas me humilhavam. Todas minhas amigas no Jardim de infância e no ensino fundamental I tinham garotos a fim delas, menos eu. Eu era desprezada pela maior parte da população.Era sempre tachada como a estranha. E agora o apelo sexual começava a bater na minha porta. O desejo sexual não gritava dentro de mim. Mas começara, finalmente, a abertura do botão  de flor?
Era uma confusão em minha mente.Eric, Fábio. E ainda teria Eric no sábado. Nós estávamos namorando… Ou não? Aquilo fora uma traição? Se sim, o que faço eu? Logo no primeiro relacionamento traindo? Seria eu uma biscate? Uma rapariga com fogo nas partes? Mais uma das garotas prosmicuas do colégio?As duvidas pairavam na minha cabeça loucamente. Era tudo tão estranho.
No dia seguinte, quarta feira, não havia contado à ninguém o ocorrido, só sobre Eric, mas nada sobre Fábio. Nem à Ana.
Fui à biblioteca do colégio com Caio e Ana para ver os horários do cinema
– Sophia, eu acho melhor você não fazer isso. – advertia Ana. – O que você acha, Caio?
– Eu não acho nada – disse ele rindo, com o mesmo tom irônico de sempre.
– Eu vou e pronto. Já marquei. – Eu disse decidida.
– Se você diz… – disse Ana.
– O site do cinema não está abrindo – disse Caio sem expressão.
– Viu Sophia, isso é um sinal. – disse Ana.
– Dá F5 nisso ai, Caio. – Disse ignorando Ana.
– Abriu. – disse Caio
Abaixei para ver os horários. Sessão das 14h30m. Seria essa.
O sinal batera.Fui para sala.

O dia anterior não afetara Fábio. Ele estava na porta de minha sala como sempre o fazia.
– Vamos? – sorriu. Era como se nada tivesse acontecido.
– Vamos. – sorri. Se era pra fingir que nada tivesse acontecido, eu fingiria também.
Saímos da escola e ele acendera um cigarro.Tragou-o e falou:
– E ai,como foi o dia ontem? Fez toda a tonelada de lição que te passaram?
– Sim. Geografia. Eu não gosto muito. Uma matéria inútil,na minha opinião .Como andam suas notas? – Disse eu
– Não é uma matéria inútil. Ah, nem comente sobre isso. Acho que vou acabar repetindo de novo, mas pelo menos esse ano vou repetir porque não consegui tirar nota, e não por faltas.
–  Você faltava muito ano passado?
– Cabulava. Morava praticamente sozinho. Passava as manhãs com minha ex.
– Serio? Por isso não te via ano passado – ri
– Eu não estudava aqui,bobinha. Eu estudava em Niterói.Num tipo de Federal de lá.
– Então você ERA inteligente?
– Ainda sou. Minhas notas estão baixas por sua causa.
– Haha. O que eu fiz agora?
– Eu não paro de pensar em você.
Tínhamos chegado a porta de minha casa. Me calei. Ele olhou fixamente para mim e tentou me beijar.Virei o rosto.
– Tchau. – disse me esquivando. – Até terça.
– Até. – Disse ele ao acenar um “tchau”.